domingo, outubro 30, 2005

aneurismas

Estar, ter estado, ou vir a estar numa situação de near dead ou doença grave, atribui, no nosso país, a espantosa capacidade de ser considerado um opinion maker, pessoa extremamente culta e incrivelmente competente em todos os domínios e mais alguns.
Senão repare-se no José Pedro Gomes que, desde que recuperou do problema que teve, já apareceu na 2:, na Sic Noticias e na Sic Radical a falar de tudo (política, economia, sociedade, direito cívico) menos daquilo em que ele é realmente bom.
Se o Mário Soares tiver um mínimo de inteligência arranja já um cruel e insuportável cancro na próstata ou tumor na cabeça que fique miraculosamente curado lá pró fim de Dezembro. Aposto que toda a gente vai gostar muito mais dele e até mesmo, quem sabe, confiar-lhe o voto.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Morram e levem as revistinhas

Hoje saí de casa com barba de uma semana, característica suficiente para um velhinha enjoativa ver em mim um jovem carente de fé, de paz espiritual e de ajuda divina e um excelente alvo para uma evangelização tardia. Ofereceu-me a habitual revistinha, de seu nome “Despertai!” (riso irónico) e encetou o também habitual discurso religioso/ desinformado q.b/ chato até dizer chega. Deve ter demorado cerca de 5minutos, não sei. Desliguei ao fim do primeiro quando ouvi a palavra Testemunha de Jeová.
Gostaria contudo de deixar aqui uma pequena frase retirada de um dos artigos da revista intitulado: “Como evitar os perigos das salas de bate-papo?” e que relata a história de um rapaz chamado Jovem Tyler, que visitou pela primeira vez uma sala de chat:

“Eu estava numa sala de bate-papo com pessoas que eu pensava que fossem Testemunhas de Jeová. Depois de um tempo, porém, algumas delas começaram a falar mal das nossas crenças. Não demorou muito para ficar evidente que, na verdade, eram apóstatas. Eram pessoas que propositadamente tentavam enfraquecer a moral daqueles de quem se diziam irmãos.”

Jovem Tyler, não soubesse eu que eras fictício e ainda te aconselhava uma ida às meninas, uma entrada abrupta no mundo das drogas pesadas ou em último caso um suicídio doloroso, mas sendo assim nada feito.

"Posso dar-lhe uma palavrinha e oferecer-lhe esta revistinha?"

Odeio que me abordem na rua!
Quando alguém se chega ao pé de mim com cara de virgem Maria e me pergunta “Posso oferecer-lhe este folheto/revistinha e dar-lhe uma palavrinha?” só me apetece partir para a violência gratuita.
Odeio aqueles agarrados, com corpo suficiente para andar a construir pontes sem ajuda de guindastes, que se chegam ao pé de mim e me lançam aquele sorrisinho desdentado na esperança que lhes dê um níquel pró tabaco ou para outra merda qualquer, em troca de uma pulseira da abraço.
Odeio todos os bloquistas e comunistas que chegam a pensar por um momento que seja que eu podia dar um bom militante.
Odeio todas as beatas que em vez de andarem a esbanjar o dinheiro das reformas nos passeios do INATEL andam de paragem de autocarro em paragem de autocarro a distribuir revistas de teor religioso à juventude que na sua opinião necessita de ver “o caminho”. Larguem-me porra!

sexta-feira, outubro 07, 2005