segunda-feira, março 26, 2007

Um Salazar em cada esquina!

Salazar não foi um ditador castrador de liberdade. Não! Com ele, só não eram convocadas eleições porque, como ficou ontem provado, o vencedor estava encontrado à partida. Poupava-se esforço e dinheiro naqueles tempos.

A necessidade que temos de alguém que nos diga como pensar está-nos no sangue. Poupa-nos a essa enorme maçada de nos responsabilizarmos pelos nossos próprios actos e ideias. Acho que vou ser expulso à lambada do PNR mas que se lixe.

quinta-feira, março 08, 2007

E hoje pra desanuviar a cabeça, vou ver isto:



THE YARD DOGS ROAD SHOW
“The Yard Dogs offer much more than entertainment. They peddle adventure and soulful abandon ... a wild electrifying sense of freedom ... written by the light of campfires with the hand of wine, music, lust and dust.”

SF Weekly


Enfiar maminhas aos saltos, gajos a cuspir fogo, umas guitarradas valentes e mais uma data de alusões a uma américa obscura em cima de um palco e esperar pra ver no que dá, é, penso eu, uma execelente premissa. Não sei se consegue superar o burlesco da minha vida ultimamente, mas vale o esforço, pronto.

terça-feira, março 06, 2007

Vanishing...

Gosto deste lugar. Gosto de ficar na parte de trás da sala e observar discretamente o ecrã dos portáteis das outras pessoas enquanto finjo estar a fazer algo no meu. Gosto de ver quem observa fotos de meninas nuas de expressões cativantes. Quem se diverte com joguinhos de tiros e de naves e de bonecos e de tudo o que os faça esquecer onde estão. Quem trabalha. Sim, também há quem trabalhe. Estou a ouvir The Postal Service e a pensar que sou muito melhor e mais interessante do que todas estas silhuetas curvadas e tristes que vejo à minha frente. Mas não sou. No essencial estamos todos no mesmo barco. A desperdiçar as nossas vidinhas (que de tão insignificantes tinham mais era que ser aproveitadas) à frente destes teclados esbatidos e ecrãs luminosos que em vez de janelas, são espelhos de encolher como aqueles que se vêm nas feiras populares.
Faz-me falta o toque. Faz-me falta o olhar nu. Faz-me falta o silêncio incomodativo, o coração acelerado, o suor frio, a insegurança. Faz-me falta a intimidade. Deixei de ser íntimo. Deixei de ser o Sufjan Stevens numa sala com vinte pessoas para passar a ser os Bon Jovi num estádio com cinquenta mil. Sou cada vez mais frio, geral, esbatido.
Nunca te perdoarei por me teres transformado neste seixo redondo e monocromático que fica sempre neste lugar. Atrás. Bem atrás.

sábado, março 03, 2007

É caseiro? Sim? Então não quero.

Ontem o meu jantar foi um hambúrguer. O pão foi cozido com amor pela minha tia. A alface, o tomate e a cebola, semeados e colhidos com esforço e dedicação pela minha avó. A carne era do piggy, o porco do meu avô, recentemente falecido em ritual familiar de contornos sangrentos. A salsa foi arrancada com algum desprezo do jardim. Continuo, ainda assim, a preferir o McDonalds.